Vinicius Baraldo, ou como é também chamado Vini Baraldo, quando calçava as luvas era chamado de Astroboy
Tive a liberdade de escolher os temas para escrever na minha coluna, nunca fui bom de matérias exatas, na verdade acho que nunca fui bom com em nenhuma matéria curricular nem mesmo educação artística ou educação física porque desenhar o Wolverine não me dava pontos e nunca fui bom no futebol, e não calculando bem, não foi calculado que enaltecendo meus desafios eu enalteceria a mim mesmo, apresentando com respeito esses desafios e estando aqui ainda de pé, me torno quem? Romantizar minhas batalhas como fossem os 12 trabalhos de Hércules, e hoje eu escrevo sobre um desafio equivalente a Hidra de Lerna, uma cara com uma alcunha inocente, bom, vamos a alcunha…
Osamu Tezuka é o pai do mangá moderno, e criador do primeiro anime, Astroboy.
Vinicius Baraldo, ou como é também chamado Vini Baraldo, quando calçava as luvas era chamado de Astroboy, não sei quem deu esse apelido para ele, mas a criação de Tesuka era um carismático androide multifacetado, foguetes nos pés, super audição, um bom coração e talento de luta fizeram de Astroboy um divisor de águas no sentido de ação em quadrinhos orientais e o multifacetado atleta de combate foi um divisor de águas em minha carreira.
Quem não tem na família aquele primo, ou até um vizinho que serve de comparação pra te negativar quando tua mãe precisa de um sarrafo mais alto para te cobrar uma atitude melhor? O Vini Astroboy é um estudioso sobre todas as coisas que se dedica, um músico que como o pequeno androide, tem uma super audição, eu soube que uma vez ele pegou um instrumento que se interessou para comprar e ganhou aplausos de um público cativado pelo teste dele com o instrumento musical em pleno shopping, toca desde guitarra barítona até cavaquinho… Quem Diabos imagina entrar no perfil social de um atleta de combate e encontrar um vídeo dele tocando uma Jam Session de jazz?
A arte marcial também é arte, isso faz dele músico e eu desenhista duas vezes artistas?
Seja como for, por melhor instrumentista de cordas que ele seja, infelizmente quem tocou o cavaco no nosso combate foi eu.
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As justificativas de nossas falhas na frente de todos, quando justificamos, não é para todos, são para nós
mesmos, para não desistirmos, mesmo quando desistem de nós. Lutamos em um evento chamado Ishikegi que em livre tradução do japonês para o português pode ser “golpe de nocaute”, organizado pelo lendário Mestre Franscisco Filho, representante maior do karatê Kyokushin no Brasil, travávamos um bom combate até um golpe encaixar em minha nuca, não por calculo ou ilegalidade, mas um plástico
chute giratório do Taekwondo, arte mãe do Astroboy que me desligou. Fui para aquele combate pela primeira vez após ter perdido meu lar, a família que tinha criado, meu carro… Voltei de lá também sem uma equipe.
Perdi para o talento e oportunismo do Vini “Astroboy” Baraldo, justifiquei para mim como mais uma vez que lutei com o coração partido, por decisão própria achei melhor seguir sozinho no caminho da luta. isso aconteceu em 2012, tive meu próprio espaço de treino, caminhei sozinho, treinei com amigos, passei o que sabia a novas pessoas que abriram novos espaços e mesmo que diminuam o valor de minha história foi passar por ela que mudou a deles, alunos e outros atletas que mantem as portas abertas para eu treinar, o Astroboy desenho dividiu a história dos mangákas, o Astroboy lutador, dividiu minha história.
A melhor justificativa para que eu nunca tenha desistido é que eles são melhores que eu e eu melhor a cada vez que teimo em continuar lutando, contra filósofos, tatuadores, músicos, e desenho minha história com tantos personagens importantes.
O que um lutador faz depois que para de lutar? Leia aqui.
*Esse texto não reflete necessariamente a opinião do Peleia MMA