Pós luta
Escrever, da minha posição é praticamente um desabafo. Ainda estou aqui, no meio do octógono, atravessando mais uma geração, nem tão competitivo como fui um dia, mas com o mesmo coração e vontade de vencer. Nunca ganhei R$ 1,00 com a luta, por melhor que tenha sido qualquer bolsa de
R$ 500,00 que possa ter recebido e isso apenas nos maiores eventos que lutei, sempre gastei muito mais em qualquer preparação.
E assim como eu… Quase todos que enfrentei.
Sempre fui um lutador regional, viajei por todo o Estado do Rio Grande do Sul e conheci nomes que são respeitados como lendas, pelo menos no meio do esporte de combate, o que par nós que vivemos nesse meio, nos basta, ou não?
Quando comecei não existia a ideia de uma carreira, pelo menos até o dia 5 de Fevereiro de 2011, quando Anderson Silva nocauteou Vitor Belfort.
Aonde quero chegar?
É exatamente essa pergunta que fica a todo lutador, hoje existe um caminho romantizado por quem apresenta, onde basta a penas o sacrifício do treino duro, como toda luta se resumisse a parte física, mas pelo menos existe um caminho. E acredito que esse novo caminho mantenha tantas promessas que eu vi a luta perder por falta de organização, de perspectiva, excesso de charlatanismo e oportunismo empresarial que matou fez a luta perder lutadores que conheci, alguns que enfrentei e eram muito melhores que eu como lutadores
Eu ainda estou, talvez apenas por ter sido burro o bastante pra não pensar aonde queria chegar, me contentar em ser respeitado no meio da luta. O MMA mundial ainda não tem um plano pós luta, o MMA gaúcho ainda não tem uma estratégia sequer pra passar desse segundo “round” e apesar de termos ganho o primeiro, (onde a geração de Ouro transitou do Vale-Tudo para o MMA), perdemos o segundo “round”, onde o MMA se comercializou, e entramos desnorteados para o terceiro.
*Esse texto não reflete necessariamente a opinião do Peleia MMA